A MONARQUIA INGLESA


Elisabete I

Ricardo Barros Sayeg*

Na última sexta-feira, 29 de abril, o príncipe Willian, filho do príncipe Charles e da princesa Diana, casou-se com a plebeia Kate Middleton. Esta união, que está sendo chamada de “O casamento do século XXI”, é importante historicamente não apenas pela repercussão na mídia. A linha de sucessão prevê que após a morte da atual chefe do trono, a rainha Elizabeth II, e do filho dela, o príncipe Charles, Willian assuma o trono inglês.

A história da monarquia inglesa tem mais de mil anos. Ela teria começado com Henrique I da Inglaterra. Ele teria nascido em 1068 e falecido em 1135. Era muito interessado em literatura e na cultura bretã.

Sobre a moderna monarquia inglesa podemos observar que o bisavô de Willian e pai da rainha Elizabeth II, o rei George VI, foi o terceiro membro da Casa de Windsor a assumir o trono do Reino Unido, em 1936. Ele reinou até1952, ano de sua morte. George VI subiu ao trono após seu irmão Edward VIII, que se apaixonou por uma cidadã norte-americana divorciada, abdicar do trono bretão. George VI casou-se com Lady Elizabeth Bowes-Lyon em 1923 e teve duas filhas: a atual rainha Elizabeth II e a Princesa Margaret.

A jovem Elizabeth foi educada em casa sob a supervisão de sua mãe e da governanta Marion Crawford. No final da Segunda Guerra Mundial, ela convenceu seu pai de que deveria contribuir nos esforços de guerra e se uniu ao Serviço Territorial Auxiliar, sendo treinada como motorista.

Elizabeth II casou-se com o príncipe Phillip Mountbatten, duque de Edimburgo, seu primo de terceiro grau. Ambos compartilham a rainha Victoria como trisavó e são descendentes diretos de Cristiano 9º, da Dinamarca. Em 1948, o casal teve Charles, o primogênito de quatro filhos.

Após a coroação, Elizabeth II mudou-se para o Palácio de Buckingham, em Londres. Presença assídua nos encontros da Comunidade Britânica das Nações (Commonwealth), a rainha é conservadora em questões religiosas, no padrão moral e em questões familiares. Não é a toa que ela hostilizou por muito tempo a princesa Diana e fez vistas grossas ao casamento do príncipe herdeiro Charles com Camila Parker Bowles, em 2005.

O cargo de rainha ou rei da Inglaterra é mais figurativo do que um cargo de importância política de fato. O rei ou rainha é o último a dar a palavra em crises políticas e econômicas e também é ele quem decide a entrada ou não do país na guerra.

Em 1688, com a Revolução Gloriosa, o poder foi entregue ao parlamento. A rainha Vitória é um exemplo clássico dessa limitação do poder real. Ela reinou por 64 anos e durante seu reinado ditou as normas morais de seu tempo. Entretanto, quando tentou demitir seu ministro de relações estrangeiras, teve seu pedido negado pelo parlamento. Elizabeth II, ainda hoje, faz os discursos que abrem os trabalhos do parlamento, no início do ano, lendo um discurso de seu trono na Câmara dos Lordes.

Willian e Kate tiveram o consentimento da rainha para a união realizada no último sábado. Agora é torcer para que o novo casal ouça o povo e os desígnios dos novos tempos e possa aproximar a realeza inglesa dos dias atuais. 
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*Ricardo Barros Sayeg é Professor de História do Colégio Paulista, Mestre em Educação pela USP, formado em História e Pedagogia pela mesma universidade.